SÍMBOLO DE ODONTOLOGIA
Apesar de constituir-se tema abordado por vários Cirurgiões – dentistas, ainda é bastante numeroso o contingente de colegas que desconhece o símbolo da nossa profissão.
Além do desinteresse que resulta em desconhecimento, o que é pior, é constatarmos que vêm algumas publicações, muitas vezes na capa de periódicos e em grande número de convites de formatura de turmas de graduados, exibindo como símbolo da Odontologia um vistoso facho de fogo ostentando uma cobra a ela enrolada, cuja cabeça situa-se acima do fogo.
Nada mais fantasioso e que simplesmente constitui-se do completa desconhecimento da realidade.
Alem de não representar o verdadeiro distintivo da profissão, deve-se atentar para o fato de que a cobra, sendo sabiamente um animal que é afugentada pelo fogo, em nenhuma hipótese, pousarias sua cabeça a foguear.
O verdadeiro símbolo da Odontologia é constituído por um bastão no qual a serpente amarela de Esculápio-a Colluber Ersculapii se enrosca da direita para a esquerda, circunscrito em um circulo.
Esse modelo simbólico foi proposto por Benjamin Constant Nunes Gonzaga, dentista do Exército, num artigo publicado em março de 1914, na Revista Odontológica Brasileira (atual Revista da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), intitulado ”O Emblema Simbólico da Odontologia”.
Tendo a American Medical Association, em 1912, adotado o ”bastão de Esculápio” com seu símbolo, o autor mencionado propôs, inicialmente, para o Corpo de saúde do Exercito, o Símbolo adotado pela Medicina, inscrito numa circufenrencia -Medicina Circunscrita-Por entender que a Odontologia correspondia à especialidade médica que cuida da cavidade bucal.
Posteriormente, quando da realização do VII Encontro dos Sindicatos de Odontologia do Brasil, ocorrido em 6 de novembro de 1973, sob os auspícios da Federação Nacional dos Odontologistas, um Grupo de Trabalho constituído por Cyro Rausis, Amadeo Bobbio e Ernesto Salles Cunha, Estudando o assunto, ratificou o modelo proposto por Benjamin Constant Nunes Gonzaga. Os eminentes colegas integrantes desse grupo de trabalho acrescentaram apenas que o bastão será marrom e o círculo terá cor grená. Assim foi recomendado o distintivo da Odontologia.
Acerca do significado dos elementos integrantes desse símbolo, transcrevemos o relato de Amadeo Bobbio e Elias Rosenthal contido à página 413 do livro ” A Odontologia no Brasil no Século XX”: ” Esculápio, ao sair da casa de um doente, para a qual tinha perdido toda a esperança de salvação, cruzou com a serpente de cor amarela, não venenosa, que lhe cerrou o passo. Esculápio, acreditando-se atacado, matou-a. Porém, no mesmo instante, se apresentou outra de igual tamanho e cor, e só então observou que o réptil levava na boca uma planta, com a qual pode curar a doente desenganada. Desde então, foi a inseparável companheira do Deus da Medicina, e se representa enroscada ao redor de um bastão”.
Nas estátuas de Esculápio existentes Museu do Vaticano e em Corinto, constata-se que a serpente é um atributo que as complementa.
O Conselho Federal de Odontologia oficializou esse símbolo atrevés do artigo 275 da ” Consolidação das Normas para Procedimentos nos Conselhos de odontologia”.
Ao dispor sobre o assunto, o conselho ratifica o que foi aprovado por ocasião do VII Encontro dos Sindicatos de Odontologia do Brasil, detalhando, porém, a proporção que deve ser observada nas dimensões dos elementos constitutivos do símbolo. Há uma pequena diferença quando à coloração dos elementos: o bastão deve ser marrom (e não grená) e a serpente deve conter estrias pretas.
Fonte: Informativo da Academia Cearense de Odontologia
Nenhum comentário:
Postar um comentário